Medicina, ética e humanismo

relacao medico paciente

O médico é duplamente responsável: ética e legalmente. E importa a este estudar e conhecer as representações de seu poder tanto quanto os elementos biologicistas do saber acadêmico. Ter o estudo de humanidades em seu currículo, então, é necessário, sobretudo para que não incorra no equívoco de privilegiar o estudo das partes em detrimento do todo, ou no equívoco de se pensar portando atavios de um saber imaginário.

Graduar-se em medicina pressupõe a consciência moral de seu papel social de médico. Pressupõe o conhecimento acerca das representações individuais e coletivas de seu diálogo em uma relação com forte presença da vulnerabilidade pela dor, pela condição de ser sensível que padece.

O sofrimento do doente está presente no cotidiano médico, tanto quanto as expectativas por um cuidado solidário à dor. Aproveitando o ensejo, devo sinalizar que não temos “clientes” em um hospital, numa perspectiva de cuidado e dedicação por bons profissionais. Não temos pessoas consumindo atos de dedicação inconsumíveis. Não temos atos consumíveis sendo consumidos por quem almeja fidúcia, cuidado e respeito.

É bem possível parecer ridículo apontar esta questão. Entretanto, quiçá caricata seja a ignorância da coisificação das relações humanas. *

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*Trecho do artigo “Medicina, ética e humanismo“, publicado por Camila Vasconcelos, na BAHIANEST – Revista da SAEB – Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia em parceria com a COOPANEST-BA – Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas Estado da Bahia.

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